Crédito do BNDES para Estados deverá sair somente

Apesar da expectativa do Palácio do Planalto de que a linha de financiamento especial a ser criada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para os Estados ajude a impulsionar a atividade da economia doméstica imediatamente, parte dos recursos poderá ser liberada apenas em 2013 e 2014. A medida, que tenta combater os efeitos da crise financeira global, foi anunciada na sexta-feira, depois de uma reunião da presidente Dilma Rousseff com governadores ou vice-governadores das 27 unidades da federação.
Questionado se o lançamento da linha teria algum impacto nas projeções de desembolsos do banco para este ano, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, ponderou que já se passou metade de 2012 e as contratações demandam algum período de tempo. “O impacto mais substancial dessa nova linha será em 2013 e talvez um pedaço em 2014. Portanto, não antevejo um estresse sobre o funding do banco para 2012”, afirmou.
De acordo com Coutinho, o governo ainda discute os critérios para dividir entre os Estados os R$ 20 bilhões que serão disponibilizados. “Existem reuniões técnicas sendo feitas hoje e amanhã em Brasília para aperfeiçoar. Basicamente, o que está sendo discutido de mais importante são os critérios de alocação dos recursos, combinando redistribuição para os Estados mais pobres e com maior população, que é o critério do Fundo de Participação dos Estados (FPE), com o outro lado que é a eficácia. Existem Estados que têm carteiras de projetos mais maduras e, portanto, mais viáveis a curto prazo. O que se deseja é combinar as duas coisas”, explicou o presidente do BNDES.
No entanto, segundo fontes do Palácio do Planalto, o governo Dilma Rousseff quer ver esses R$ 20 bilhões despejados na economia o mais rápido possível. Caso algum governo estadual não tenha projeto pronto que possa obter o financiamento do BNDES, o governo deixou aberta a possibilidade de que esses recursos possam ser usados para pagar as contrapartidas dos Estados em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) já contratadas e em andamento.

*Valor Econômico