Regra anterior de remuneração retorna com juros acima de 8,5% ao ano.
Quase 110 milhões de pessoas tinham poupança no fechamento de 2012.
Após cerca de 15 meses, a caderneta de poupança volta a registrar um rendimento de 6,17% ao ano independentemente da variação da Taxa Referencial (TR). Isso acontece porque os juros básicos da economia brasileira, fixados pelo Banco Central, avançaram para 9% ao ano.
Poupança com Selic a 9%
Em maio do ano passado, o governo mudou as regras de remuneração da poupança. O rendimento passou a ser atrelado aos juros básicos da economia, rendendo 70% da aplicação, mais a Taxa Referencial, quando a taxa básica fixada pelo Banco Central estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano. Isso para aplicações feitas de 4 de maio de 2012 em diante (nova poupança).
Até então, com a Selic em 8,5% ao ano, o rendimento da poupança, para as “novas aplicações”, estava em 5,95% ao ano, mais a variação da taxa referencial – que está em zero ou pouco acima disso (rendendo, somente para alguns vencimentos, 6,17% ao ano).
Atratividade da poupança
O vice-presidente da Associação de Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, avalia que a poupança ainda é interessante com a alta dos juros – que também tornam mais atrativas as aplicações em fundos de renda fixa.
“Toda vez que a Selic sobe, você torna atrativos os fundos de renda fixa. Mesmo com a subida do juro básico, que vai faz com que os fundos passem a ter mais valorização, a poupança vai continuar se destacando porque não tem Imposto de Renda e nem e taxa de administração”, avaliou ele.
Segundo cálculos da Anefac, a poupança só perde para os fundos, independente do prazo de resgate, quando a taxa de administração cobrada pelos fundos for a mais baixa (de 0,50% ao ano) normalmente para aplicações de valores maiores acima de R$ 50 mil.
Fundo de reserva
Especialistas avaliam que, independente do rendimento, a caderneta de poupança ainda é uma boa opção de investimento para pequenos poupadores, para pessoas que buscam aplicações de curto prazo ou que procuram formar um “fundo de reserva” para emergências – uma vez que não há incidência do Imposto de Renda.
Nos fundos de investimento, ou até mesmo no Tesouro Direto, programa do governo de compra de títulos públicos pela internet, há cobrança do IR e, na maior parte dos casos, de taxa de administração. Nos fundos de investimento e no Tesouro Direto, o IR incide com alíquota regressiva, ou seja, quanto mais tempo os recursos ficarem aplicados, menor é o valor da alíquota incidente no resgate.
Número de poupadores
Dados do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), consolidadas pelo Banco Central, mostram que a caderneta de poupança continua atraindo milhões de pessoas. No fim de 2012 (último dado disponível), 108,9 milhões de pessoas possuíam valores depositados na caderneta de poupança.
Os números mostram que houve crescimento no ano passado, mesmo com a alteração nas regras do rendimento da poupança, visto que, no fechamento de 2011, o número de poupadores estava em 97,9 milhões de pessoas.
*G1